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sábado, 20 de junho de 2020

A comunicação estratégica das ONGs no cenário atual


Há pouco mais de três meses, ONGs e movimentos sociais de base comunitária tiveram que reinventar sua forma de comunicar. Alguns faziam suas ações presencialmente com seu público e uso recorrente de materiais impressos como os melhores meios de comunicação e, em alguns casos, os únicos.

Atualmente, muitas já conseguiram ir além não se limitando com um perfil no Facebook ou Instagram e criaram blogs e sites (gratuitos ou em parceria). Houve organizações que “lembraram” que tinham outros perfis e reativaram essas contas, dizendo o que estão fazendo ou pedindo ajuda para continuarem funcionando. Lembre-se que o atendimento ao público com as atividades presenciais foram suspensas ou diminuídas, mas os serviços administrativos continuam, sejam eles em casa ou na própria ONG. Então, as contas estão aí para serem pagas.

As mídias sociais têm sido um meio estratégico para essas organizações continuarem resistindo com as atividades que puderam adaptar para o meio digital ou para a criação de novas atividades nesse meio. Outras, em sua maioria, têm feito uso dessas mídias para comunicarem, também, ações emergenciais de socorro em suas comunidades.

Porém, isto alcança um público que está conectado ao mundo digital e sabemos que as ONGs, majoritariamente, atendem a maioria que está excluída deste universo. Portanto, as ferramentas tradicionais também foram “redescobertas” e estão sendo bastante utilizadas, como o uso de rádios comunitárias, bicicletas e carros de som, faixas em pontos estratégicos e folhetos entregues juntos às doações que são realizadas.

A melhor estratégia de comunicação é aquela que dialoga com seu público. O que funciona em uma ONG pode não funcionar em outra e isto inclui o formato. Às vezes, pode-se pensar que produzindo vídeo com alguém falando formalmente ou com várias edições, filtros e efeitos só pra dizer que “está profissional”, nem sempre funciona. É perfeitamente aceitável uma produção que fale uma linguagem informal (sem uso de imagens vulgar ou apelativas e palavras chulas) e sem excesso de embelezamento estético desde que consiga causar algum efeito positivo neste público. O profissionalismo está no entender e no justificar desta escolha, assim como observar e mostrar os resultados.

Este é o momento de aproveitar as boas práticas de comunicação já existentes (nas mídias sociais ou não) e de ser criativo. Seja empático, mostre afinidade e se identifique com e para seu público.

A sustentabilidade de uma ação de comunicação está relacionada com a lenta mudança de visão do público e da organização com uma causa. A mensagem não pode ser cansativa.

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