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Marting Draghi, coordenador de Comunicação e Marketing da Agência do Bem, ao lado do Prêmio Melhores ONGs - 2024. / Arquivo pessoal |
Criar campanhas de impacto positivo na sociedade, divulgando as causas sociais de uma ONG, exige planejamento e orçamento para que a mensagem alcance o público e, assim, gerar resultados eficazes. Algumas organizações do Terceiro Setor trabalham com recursos escassos ou no amadorismo e acabam não obtendo o resultado desejado. Um trabalho publicitário bem feito atrai voluntários, aumenta as doações, amplia o reconhecimento de uma ONG, fideliza seus patrocinadores atuais e conquistar novos apoiadores.
Martin Draghi, formado em Propaganda e Marketing e coordenador de Comunicação e Marketing da Agência do Bem, nos conta sobre a importância da publicidade nas ONGs e compartilha sua experiência na entrevista a seguir. Confira.
Gecom: O que te motivou a se formar em Publicidade e a trabalhar no Terceiro Setor?
Martin Draghi: Decidi cursar Publicidade porque queria trabalhar com criatividade, com direção artística, com campanhas de marketing e entender um pouco melhor como funciona a mente do consumidor. Com o avanço da faculdade, fui me envolvendo com trabalhos voluntários de organizações do terceiro setor, como a ONG TETO, o projeto Ruas, o Atados, a Onda Solidária e outras, e percebi que poderia aplicar meus conhecimentos de publicidade a causas que acreditava que eram importantes a serem olhadas com atenção e com um olhar técnico e profissional.
As experiências que tive como voluntário foram fundamentais para tomar a decisão de redirecionar rotas e construir uma carreira no terceiro setor.
Gecom: Como você passou a fazer parte da Agência do Bem?
Martin Draghi: Fui convidado a integrar a Agência do Bem pelo fundador Alan Maia, com quem já havia colaborado em outras iniciativas profissionais e mantinha contato desde o período da faculdade. Na época, meu Trabalho de Conclusão de Curso foi sobre uma organização social localizada em Botafogo, e meu orientador sugeriu que eu conversasse com o Alan para compreender mais a fundo as dinâmicas do terceiro setor.
Essa conexão se manteve ao longo dos anos e, em 2022, recebi o convite para assumir a coordenação de comunicação e marketing da Agência do Bem.
Gecom: De que forma a comunicação contribui para os resultados da Agência do Bem?
Martin Draghi: Uma organização do terceiro setor precisa prestar contas à sociedade das atividades que desenvolve. Nesse sentido, a publicidade é essencial para dialogar com todos os públicos de interesse da Agência do Bem. No caso das comunidades em que estamos inseridos, temos ações tanto no ambiente digital quanto no offline, para que os responsáveis daquele território saibam da existência do projeto e matriculem seus filhos nos polos de ensino. Na outra ponta, temos os patrocinadores, que precisam ser informados sobre o andamento do projeto com materiais de prestação de contas e de atividades. Ter um material bem ilustrado, que apresente os resultados de impacto social do projeto, é importantíssimo para que a organização consiga fidelizar seus patrocinadores atuais e também conquistar novos apoiadores.
No caso da equipe interna, ilustramos diversos materiais pedagógicos para que os professores consigam assimilar com maior facilidade as atividades que serão desenvolvidas em sala de aula. Ou seja, a comunicação é um pilar essencial para que a Agência do Bem alcance seus objetivos, com foco na transparência, no engajamento do público atendido e na manutenção/atração de patrocinadores.
Gecom: Em sua opinião, quais são os desafios da Comunicação no Terceiro Setor e quais seriam as soluções para resolvê-los?
Martin Draghi: Um dos principais desafios da comunicação no terceiro setor é a escassez de recursos, aliada à ausência de um plano estruturado a ser seguido. Muitas organizações atuam com equipes enxutas, com poucos profissionais dedicados exclusivamente à comunicação, o que dificulta a criação e a execução de estratégias consistentes e contínuas. Além disso, é comum que os recursos disponíveis sejam direcionados prioritariamente para a realização das atividades-fim dos projetos, o que exige do gestor de comunicação uma definição clara de prioridades, focando em ações que tragam o maior retorno.
Uma solução possível está na qualificação dos membros da equipe ou na valorização de um profissional responsável pela comunicação, que, muitas vezes, inicia seu trabalho como voluntário. É comum que, mesmo apresentando bons resultados, esse voluntário não seja efetivado devido ao receio de alocar recursos em uma área que não é diretamente ligada à atividade-fim da organização. No entanto, é importante entender que a comunicação é uma área estratégica para qualquer organização social que preze pela transparência das suas atividades.
Esse mesmo princípio se aplica à questão da escassez de recursos. É fundamental que as organizações invistam em formação e capacitação para compreender e acessar as diversas fontes de financiamento disponíveis no Brasil, como por exemplo, as leis de incentivo à cultura, doações de pessoas físicas, o financiamento coletivo, os editais públicos e privados, os convênios com o poder público, as emendas parlamentares, entre outras possibilidades. Explorar essas alternativas de forma é essencial para garantir a sustentabilidade financeira das organizações do terceiro setor.
Sobre a Agência do Bem
A Agência do Bem é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), sem fins lucrativos e não possui vinculação religiosa ou partidária. Sua missão é promover o desenvolvimento humano visando a cidadania plena de populações de baixa renda, através da educação, de forma transparente e sustentável. Eleita uma das melhores ONGs do Brasil em 2024 (Prêmio Melhores ONGs). Destacada como a 22° Melhor ONG do Brasil em ranking internacional (2023) elaborado pela organização suíça, TheDotGood. Possui a certificação ISO 9001, um reconhecimento internacional que atesta a qualidade dos sistemas de gestão de uma organização.
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