domingo, 30 de junho de 2013

Um pouco do aprendizado

Aprendi jornalismo na prática. Aprendi a entrevistar, fotografar e improvisar sempre que necessário.
 
Assim como qualquer outra profissão, aprendi (e continuo aprendendo) a fazer jornalismo praticando. Foi a partir de uma iniciativa pessoal, dentro de uma ONG que comecei a exercer a função de jornalista. Iniciei com um informativo impresso de uma página, diagramação simples e notícias curtas e objetivas, como a instituição necessitava. Era um informativo mensal, onde relatava o que acontecia na instituição, focando sempre as pessoas. Naquela ocasião, colocava em prática a minha técnica de escrever, a fotografia, a busca da informação e o conceito de notícia.
Meses depois, a partir de um trabalho na faculdade, elaborei um minitablóide especial: formato A-3 dobrável, com 4 páginas e colorido. A tiragem era sempre pequena (devido ao custo de produção, pois o dinheiro saia do próprio bolso) e era distribuída para o público interno e por e-mail para diversos públicos.
A partir deste trabalho, o informativo adotou esta nova diagramação e com o tempo passou a ser bimestral.
Neste novo formato aprendi a trabalhar melhor com pauta, apuração de matéria, técnicas de entrevista, fotonotícia, diagramação, pesquisa e termos técnicos do jornalismo. Com um minitablóide, junto com um amigo da faculdade, aprendi como se trabalha em parceria durante uma cobertura de um evento ou na produção de uma notícia.
Com o tempo, o informativo criou sua própria identidade. Já possuía máscaras para diferentes notícias, mas sempre obedecendo a um padrão visual específico; uma linha editorial que valorizava as pessoas e as ações sociais da instituição; chavões próprios, sem cair no ridicularismo; foco na imagem e linguagem de fácil entendimento e assimilação para o público interno e externo.
Enquanto coordenei a publicação, o informativo era encaminhado no formato PDF para os núcleos da instituição que existiam na França e na Espanha com linguagem original (o público de lá entendia português e aceitava receber a publicação assim mesmo, acho que era para treinar o nosso idioma).
O passo seguinte era aplicar a técnica do jornal mural, que durou pouco tempo.
Infelizmente, por razões internas da organização, não pude prosseguir com a evolução do informativo que seria a passagem do minitablóide para o formato de um jornal, a publicação nas redes sociais, além da tradução em outros idiomas entre outros objetivos.
Foi uma experiência, particularmente, enriquecedora.

domingo, 16 de junho de 2013

O trabalho da Comunicação em ONGs

Trabalhar com Comunicação em projetos sociais é uma tarefa árdua, porém prazerosa. Requer dedicação, empenho, criatividade e investimento. O profissional deverá dedicar seu foco em uma área onde paga-se pouco ou nada. É muito difícil se estabilizar e depender financeiramente deste trabalho. Compreende-se, portanto, o porquê de poucos se dedicarem a esta área.
No entanto, organizações do Terceiro Setor que possuem altos investimentos são capazes de segurar o profissional, caso este demonstre a importância de seu papel e sua função lá dentro.
Em organizações de pequenos investimentos ou nenhum, nada é seguro.
Na maioria das pequenas organizações do Terceiro Setor não existe uma estrutura profissional definida na prática. Na teoria pode até existir, mas na prática são todos (ou quase todos) fazendo tudo (ou um pouco de cada). Acaba-se trabalhando no improviso, mas no final o resultado é positivo e o profissional de Comunicação não vai fugir à regra. Seja ele jornalista, publicitário ou relações-públicas, vai atuar em todas as frentes. Este profissional deve estar preparado para atuar nas funções básicas da Comunicação. Isto também não significa que o publicitário vai sair fazendo entrevistas para criar um jornal e o jornalista irá gerar campanhas publicitárias.
O que se tem que entender aqui é o básico da Comunicação. Saber se a mensagem está sendo transmitida corretamente, se os meios utilizados estão bem empregados, se houve recepção da mensagem e outras coisas mais.
É preciso entender da marca e imagem daquela organização, traduzir para o gestor dela a interpretação da mídia, aconselhá-lo como lhe dar com os diversos públicos, etc.
São noções básicas que adquirimos durante a nossa formação acadêmica e que entendemos melhor quando colocamos em prática.
Pode até ser que exista um jornalista que entenda de campanhas e um publicitário que saiba fazer um jornal. Todavia, se já é desgastante atuar em seu próprio campo imagine só atuar em outros sem dominar um conhecimento preciso (só existe comunicação a partir do que o outro entende).
É aí que surge uma confusão entre o gestor da organização e o profissional de Comunicação. E, neste caso, serve para as grandes e pequenas organizações do Terceiro Setor. Muitos contratam esperando que a organização apareça na mídia, com o nome na boca do povo e que, assim, será mais fácil captar recursos. Isto é possível por meio da Comunicação, mas não vai depender somente deste profissional. Estes trabalham em equipe (ou pelo menos deveriam fazer isso) e dentro de sua habilitação. De acordo com os objetivos da organização, caberá ao comunicador esclarecer a sua função, definir seu papel, expor as necessidades para cumprir com o objetivo e estar preparado para os imprevistos. Ele deve limitar o seu campo e agir em outros, sem erros comprometedores, desde que possua um mínimo de conhecimento.
O que muitos gestores não entendem é que é preciso ter uma equipe de Comunicação para que estes resultados “fantásticos” aconteçam.

domingo, 2 de junho de 2013

O papel do profissional de Comunicação em ONGs

O papel da Comunicação em qualquer lugar é sempre ser o “meio” e não o “fim”. Não se pode deixar confundir. A Comunicação produz o que o cliente solicita e entrega o produto que possa contribuir para o resultado final. Por isso, em qualquer empresa, instituição governamental ou não, a Comunicação é um meio. Ela é um meio para se alcançar resultados com qualidade.
 
Muito ainda se questiona sobre os resultados produzidos por ela e se realmente se faz necessário. Em se tratando do Terceiro Setor é imprescindível.  Alguns gestores até conhecem a ferramenta, mas não sabem como usá-la. Eles até se arriscam a realizarem tarefas que deveriam ser designadas a um profissional da área e o resultado acaba não sendo o mesmo. Quando esses mesmos gestores se dão conta de que é preciso contratar alguém que conhece o ramo e que ele deve é fazer gestão sobre o seu projeto, ele contrata um marketeiro. Tudo bem, não está totalmente errado e nem estou desmerecendo o trabalho deste profissional. No entanto, sabendo que  seu projeto envolvem outras necessidades, não é bem isso que ele procura.
Para exercer um bom papel dentro de uma organização do Terceiro Setor, o profissional de Comunicação deve entender os conceitos básicos dessas duas áreas (Comunicação e Terceiro Setor). Distinguir aquelas que são assistências e as que são realmente sociais. Eliminar o pré-conceito de que “ONGs não pagam e quando pagam, pagam mal” e de que “ONG só serve para lavar dinheiro”. Desfazendo-se dessas frases prontas você abre sua mente para estudar e compreender uma nova realidade.
O comunicador deve exercer um papel de conselheiro e educador para o seu gestor, pois muitos deles confundem a proposta que o governo e os empresários ofertam e acabam cometendo alguns deslizes. Sem preparo, esses gestores colocam seus planos e um projeto bem intencionado por água abaixo.
Um profissional de Comunicação nesta área poderá orientá-lo qual a melhor hora e que meio ele deverá utilizar para difundir seus projetos. Este mesmo profissional irá elaborar uma estratégia que o faça cumprir com seus planos. Aí é seguir à risca.
Os patrocinadores (governo, empresas e empresários) querem profissionalismo, divulgação de suas marcas e saber como os recursos estão sendo utilizados. Então, um relatório bem estruturado, com a marca da ONG em um papel timbrado produz essa imagem. A produção de peças publicitárias, a divulgação das ações dentro do tempo certo e o contato com o público na medida certa mostram esse cuidado. E tudo isto é questão de trabalho, tempo e compreensão. Três conceitos que já existem dentro das ONGs, mas que precisam ser despertados pelos verdadeiros profissionais capacitados para exercerem essa dinâmica. E este papel cabe aos comunicadores: jornalistas, publicitários e relações públicas.