Educação

 

Roda de conversa com estudantes.


Semana da Ação Mundial 2023


A Semana da Ação Mundial (SAM) é a maior atividade de mobilização pela educação no mundo.


A SAM é uma iniciativa realizada simultaneamente em mais de 100 países, desde 2023, com o objetivo de informar e engajar a população em prol do direito à educação, de diversas maneiras.


Lançada pela Campanha Global pela Educação (CGE), a Semana exerce pressão sobre os governos para que cumpram os acordos internacionais da área, como os compromissos do Marco Ação Educação 2030, dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) propostos na Agenda 2030.


De 2003 a 2022, a SAM já mobilizou mais de 95 milhões de pessoas em todo o mundo! Somente no Brasil, foram 2,2 milhões de pessoas mobilizadas. É a maior atividade de mobilização da sociedade civil pelo direito humano à educação no Brasil e no mundo, com o objetivo de estimular a formação política.


A cada ano, a Semana se dedica a um tema específico que, em geral, se relaciona à agenda do Plano Nacional de Educação (PNE). Em 2023, mundialmente, a mobilização da SAM marca a necessidade de discutirmos sobre o financiamento da educação no pós-pandemia, apresentando porque somos contra as políticas de austeridade e a favor da justiça tributária, defendendo a descolonização do financiamento da educação.


Gecom realiza ação pela educação com estudantes

Estudantes tiveram a oportunidade de discutir temas sobre a Educação durante a SAM.


O Grupo de Comunicação para o Terceiro Setor realizou duas rodas de conversa, nos dias 20 e 23 de junho, com a participação do Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Adelina Castro, alunos e o diretor Renato Bermudas da referida escola, em Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.


Como o tema “Descolonização do financiamento da educação e o último ano do Plano Nacional de Educação” era de desconhecimento dos alunos, a roda de conversa se concentrou em partir de um ponto introdutório sobre o que seria uma educação de qualidade dentro de dois eixos do Manual da SAM: “financiamento da educação: investir mais e melhor na educação” e “educação inclusiva: anticapacitista, anti-racista e não-sexista”.


Os alunos foram contextualizados sobre o cenário onde a escola está situada, como a greve de professores, falta de concurso público, contratação de professores e a austeridade fiscal.


Os participantes tiveram a oportunidade de fazerem reflexões sobre o que seria uma educação de qualidade sem que houvesse qualquer julgamento de valor ou juízo sobre certo ou errado, sendo provocados a exporem suas opiniões sem repressões, o que gerou um debate rico de ideias.


Todos foram unânimes em admitir que a pandemia afetou bastante o ensino e que o novo Ensino Médio “piorou o que já tinha”, sugerindo um “outro novo Ensino Médio”. Eles acreditam que são vistos como “máquinas de decorar”, o que eles rejeitam.


Seus desejos são ter aulas mais tecnológicas, com uso de projetores, slides, filmes, tablets, além do uso de celular como ferramenta de pesquisa em sala de aula. Também, acreditam que uma educação de qualidade envolve a acessibilidade regular de laboratório e de biblioteca escolar. Assim, com aulas mais práticas, incluindo disciplinas como Filosofia e Sociologia, fariam os alunos se sentirem estimulados a estarem mais tempo nas escolas.


Ao mencionar como eles lidam com as “diferenças”, muitas questões e exemplos surgiram, o que gerou alguns pontos de divergências e outros em comum. Talvez por uma falta de questão de (con) vivência, como o exemplo citado por uma participante sobre aula de vôlei sentado, para incluir um aluno com deficiência, uma vez que na percepção dela o esporte se pratica em pé. Para ela seria uma novidade e somente depois poderia avaliar a nova experiência. O racismo também teve uma percepção similar, pois alguns acreditam que a fala é ofensiva para quem ouve e não é ofensiva para quem profere determinados termos racistas. Quanto à questão LGBTQIA+, alguns enxergam os protestos como necessários para levantar discussões e reivindicar direitos. Outros, veem como uma prática que reforça a exclusão desse mesmo grupo. O uso de linguagem neutra também foi um ponto destacado pelos alunos que disseram serem contra o uso, principalmente por causar ainda mais confusão no processo de aprendizagem.


Ao final de dois dias de encontro, os alunos se mostraram bastante interessados em dar prosseguimento ao assuntos discutidos em outros momentos.


Pelo Grupo de Comunicação para o Terceiro Setor foi proposto que algumas dessas pautas possam fazer parte das discussões recorrentes do Grêmio Estudantil, independentemente da chapa que estiver na gestão.


Conheça a SAM no site www.semanadeacaomundial.org

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