O Museu da Maré, inaugurado no dia 08 de maio de 2006, está sob ameaça de desocupação do prédio onde está instalado, cedido em comodato pela Companhia Libra de Navegação.
Diante desta situação, foi criada uma petição pública online, para que o
Ministério da Cultura, por meio do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), bem
como o Estado e o Município do Rio de Janeiro, criem condições efetivas para a
manutenção e o fortalecimento do Museu da Maré.
Com o fim do comodato, a Companhia Libra de Navegação, vê-se no direito
de readquirir o prédio. De acordo com a coordenadora do Museu da Maré, Cláudia
Rose Ribeiro, houve duas tentativas de negociação por parte do Museu, mas
nenhuma que atendesse aos interesses da Companhia. “Eles nos deram um prazo de
90 dias, ou seja, até o início de dezembro teremos que deixar o prédio”,
informa Cláudia.
O Museu da Maré não possui nenhuma alternativa de ocupação para deslocar
seu acervo e suas atividades. Caso essa desocupação realmente ocorra, a
comunidade da Maré perderá um dos seus símbolos de comunicação e cultura, que
resiste há mais de 10 anos como um legado da memória de seus moradores.
Além da petição pública online, está programada para o dia 27 de
setembro, a partir das 9h, uma passeata em defesa da permanência do Museu no
prédio da Maré.
Para assinar a petição, acesse o link http://www.peticaopublica.com.br/psign.aspx?pi=BR74313
Um pouco sobre o Museu da Maré
Os museus são meios de comunicação por excelência, pois eles representam
a importância na transmissão de ideias, conhecimentos e valores através de
exposições e programas educativos. Neles, há um conjunto de trocas e
transmissões sequenciais entre o emissor e o receptor e entre o receptor e o
emissor. Desta forma, se desenvolve uma troca eficaz de ideias.
Localizado no Complexo da Maré, a iniciativa do Museu da Maré surgiu a
partir dos desejos dos moradores de terem o seu lugar de memória preservado e
possibilitar momentos de reflexão sobre a comunidade, sua condição social e
diversidade cultural e territorial.
O Museu da Maré diferencia-se dos tradicionais museus por reproduzir de
forma pioneira o passado e a contemporaneidade através de uma visão popular.
Ele rompe com o modelo elitista, que relata fatos limitados, e cria uma
representação verdadeira da história e da memória da população.
Entre suas diversas ações estão: oficinas culturais, eventos, exposições
permanentes e temporárias, desenvolvimento de atividades lúdicas e educativas,
como o grupo de contadores de histórias, além de organização de acervo
documental e a realização de pesquisa em história oral. É um verdadeiro espaço
de encontro, onde as diferenças tornam-se iguais.
O Museu também abriga o Arquivo D. Orosina Vieira, a biblioteca Elias
José e o projeto Marias Maré, que incentiva a produção e a venda de artesanato.
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