Uma comunicação para a comunidade não se aprende, somente,
em centros acadêmicos. Ela se aprende ouvindo e vivendo a camada popular. As
ferramentas existem nas instituições acadêmicas, mas as técnicas para as usarem
são aprendidas com a vivência. É a comunidade que vai exprimir o desejo do que
se quer ouvir e ler. Ela quer a realidade, a verdade transparente e não
deturpada, que a mídia convencional difunde.
Uma comunicação comunitária de verdade se aprende
na rua, no bairro, no subúrbio, na favela, na baixada. Contudo, não deve ser levada
pela linguagem coloquial ou a pura indignação da camada menos favorecida e cair
na armadilha em que muitos pretensiosos comunicadores caem quando se propõem a
esta causa. Eles acabam caindo no amadorismo de sempre, tornando-se redatores
do inconformismo. Criticam e não apresentam soluções. Alguns viram reprodutores
de um discurso ideológico pronto e se perdem no campo da crítica e da
verdadeira missão que é informar, indagar, abrir possibilidades para uma
discussão viável e estabelecer um bom diálogo.
É, por isso, que os centros acadêmicos não podem negar
a formação da comunicação comunitária feita na comunidade. As duas devem se
complementar, sem uma sobrepujar a outra. Pois é fora das quatro paredes que
você vê, ouve e sente o que a comunidade quer saber. É na hora que se desenvolve
essa comunicação que a habilidade de cada comunicador deve entrar em cena para
adaptar as ferramentas acadêmicas ao estilo de cada localidade, servido a um propósito,
sem se sujeitar a ele. Afinal, as expectativas têm que ser realistas.
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