O 11º Fórum Rio reuniu redes da organização da sociedade civil e pessoas interessadas na construção coletiva de um Rio por Inteiro. Crédito: Casa Fluminense |
Construir coletivamente um Rio mais integrado,
considerando as diversidades temáticas da Baixada Fluminense e do Leste,
reduzindo as desigualdades e expandindo as oportunidades para um
desenvolvimento sustentável e uma convivência harmoniosa na Região Metropolitana
do Rio. Essa é a proposta da Agenda Rio 2030 e da plataforma Rio Por Inteiro lançadas
ontem, durante o 11º Fórum Rio, organizado pela Casa Fluminense, na Faculdade de Formação de Professores da Uerj, em São Gonçalo.
A Agenda Rio 2030 reúne um conjunto de propostas de
políticas públicas para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro e seus 21
municípios. Ela está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
e às diretrizes da ONU em sua Agenda 2030, traçando metas distribuídas em oito
eixos temáticos, fruto de uma intensa construção coletiva em parceria com a
rede de organizações da sociedade civil parceiras da Casa Fluminense e de
pessoas dispostas a encarar os desafios estruturais da metrópole.
A plataforma #RioPorInteiro se propõe a reunir as
principais demandas da população e propostas cidadãs de políticas públicas
construídas de modo coletivo para as próximas eleições. O objetivo é ampliar a
participação social no processo eleitoral do Rio e, a partir disso, incentivar
o monitoramento cidadão e o controle social das políticas públicas.
O coordenador da Casa Fluminense, Henrique Silveira,
contou sobre as expectativas em relação ao movimento Rio por Inteiro.
“Esta plataforma é, sobretudo, um espaço de fortalecimento
da sociedade civil. Que a gente possa conhecer outras histórias de São Gonçalo,
da Baixada Fluminense, da Zona Oeste. A gente espera que ao final desse
processo, tenhamos uma visão mais completa do ecossistema da sociedade civil do
Rio. O que ela reivindica, o que ela quer e quem assume esse compromisso. E
para que duas dezenas de candidaturas assumam esse compromisso, acho que a gente
vai ter um caminho em torno de algumas propostas prioritárias, em torno de um
campo da sociedade civil fortalecido e de candidaturas já comprometidas com
essa interlocução. Essa é a ambição que está colocada aqui e eu estou muito
feliz com isso”, explicou.
O coordenador da Casa Fluminense, Henrique Silveira, apresenta a Agenda Rio 2030. Ela será atualizada a cada ano de eleições. |
Os oito eixos da Agenda Rio 2030: Política
Metropolitana, Emprego e Renda, Mobilidade Urbana, Segurança Pública e Direito
à Vida, Saneamento Básico e Baía de Guanabara, Acesso à Educação, Saúde e
Cultura, Cidades para Conviver e Gestão Pública, Transparência e Participação,
foram temas discutidos em cada mesa de debate durante o Fórum.
Para o coordenador de comunicação do Fórum Grita Baixada, Fábio Leon, que participou da mesa Segurança Pública e Direito à Vida,
o debate foi satisfatório.
“Tivemos várias trocas de ideias, vários
questionamentos em relação a Baixada Fluminense e como elas são vistas enquanto
estratégias de segurança pública. Saímos daqui tendo a conclusão de que é
preciso criar mecanismos humanitários em relação a políticas de segurança pública.
É preciso acabar com essa lógica de guerra aos pobres, guerra às drogas, guerra
à periferia e tentar colocar outros debates em discussão, como a saúde, a
educação, o lazer. A mesa foi bastante satisfatória, apesar das limitações que
ocorrem em relação a esse tema”, conta.
A idealizadora e coordenadora da ONG Apadrinhe Um Sorriso, Fabiana Silva, saiu do debate com a certeza de “temos que causar um
incômodo para que as coisas aconteçam”. De acordo com Fabiana, que foi a
mediadora da mesa Cidades para Conviver, “o incômodo gera mudança. A gente
necessita cada vez mais gerar incômodo para promovermos mudanças reais e
concretas”, completa.
“Participar do Fórum é participar de uma instância,
que é o trabalho em rede. O Apadrinhe Um Sorriso chegou até aqui justamente
porque acredita e trabalha em rede. Acreditamos no fortalecimento do trabalho
em rede para promover a mudança de dentro para fora e trazer as coisas de fora
para dentro. Não podemos mais pensar que sozinhos a gente muda um mundo, mas
quando a gente forma uma rede que caminha na mesma direção na nossa linha de
pensamento, de atuação de trabalho, a gente consegue promover uma real mudança”,
conclui Fabiana.
A idealizadora e coordenadora do Apadrinhe Um Sorriso, Fabiana Silva, acredita no trabalho em rede para uma real mudança. |
A mesa Gestão Pública, Transparência e Participação
expôs alguns obstáculos que a sociedade tem para acompanhar e monitorar a
gestão pública, apresentou sugestões para uma transparência nos processos
decisórios e meios de participação social nas políticas públicas.
“A transparência passa pela sociedade conhecer como
funciona o processo decisório”, diz Gregório Santana, do Fórum de Transparência
de Niterói.
O presidente do Observatório Social deNiterói, Guilherme Magalhães, sugeriu “que a Casa Fluminense, através do Ministério Público do Rio, tente
fazer com os municípios um termo de ajustes de conduta”, segundo ele,
fundamental para a sociedade fazer uma cobrança.
O debate sobre Gestão Pública, Transparência e Participação apresentou algumas propostas de monitoramento sobre o tema. |
Durante o evento houve, também, exposições de
pôsteres acadêmicos alinhados aos oito eixos da Agenda Rio e encerramento com a
intervenção musical Ocupa Sound, de São Gonçalo.
Pôsteres acadêmicos ficaram expostos durante todo o evento, ilustrando o debate sobre cada eixo temático da Agenda Rio 2030. |
Fique por dentro da Agenda Rio 2030.
Cadastre sua proposta na plataforma #RioPorInteiro.
Sobre a Casa Fluminense
Estruturada como associação civil sem fins
lucrativos, autônoma e apartidária, a Casa Fluminense é um espaço permanente
para a construção coletiva de políticas e ações públicas por um Rio mais justo,
democrático e sustentável. Formada por ativistas, pesquisadores e cidadãos
identificados com a visão de um Rio mais integrado, a Casa acredita que a
realização deste horizonte passa pela afirmação de uma agenda pública aberta à
participação de todos os fluminenses e destinada universalmente a todo o seu
território e população e não apenas - ou prioritariamente - para as áreas
centrais da capital.
Conheça mais em www.casafluminense.org.br.
Acompanhe mais no Instagram @gecomterceirosetor
Muito bom termos um debate que inclua a baixada Fluminense na agenda de Desenvolvimento Sustentável.
ResponderExcluirÓtima cobertura!
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