A trajetória de vida de Iracilda a fez perceber que fazendo o bem, recebe de volta o bem. |
Iracilda Pereira Rodrigues gostava de cantar e desde cedo
ajudava muitas pessoas pelas ruas. O início é até simples, mas nem tanto como
se parece. Nos anos 90, ela cantou nas rádios Tupi e Nacional, cantou ao lado
de vários cantores, como Luiz Gonzaga e Carlos Alberto, e gravou um CD. Depois
de um tempo afastada da música, ela retornou cantando em várias casas de show,
em Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense. Em 2000, quando se
preparava para lançar o segundo CD, infelizmente teve que parar. “Meus filhos
estavam presos e para eu lutar para tirar eles da cadeia, eu tinha que ter
tempo. Então, larguei a música”, relembra.
Hoje, aos 66 anos, a presidente-fundadora da Associação Projeto
e Prevenção (Apep), Iracilda, conta que uma de suas inspirações para criar a
ONG surgiu pelas experiências com os dois filhos que possui. Um deles,
dependente químico, se tornou pastor, depois de muito tempo se recuperando da
dependência. Hoje, ele coordena um trabalho de cuidado e prevenção com esses
usuários.
“Percebi que tem muita gente que pretende sair dessa
dependência, mas não consegue. É muito importante, pra gente, ver essas pessoas
saírem das drogas e, mais ainda, ver o próprio filho saindo desse caminho”,
conta.
Outra filha de Iracilda é transexual. Tem sequelas devido à
tuberculose cerebral e óssea, com uma perna menor do que a outra. A dificuldade
em conseguir um tratamento pelas vias públicas, por carência de profissionais
no atendimento, impede sua filha ter um cuidado digno.
Assim, somada essas experiências com os filhos, a ajuda e o
cuidado que sempre teve com as pessoas desde criança, Iracilda decidiu criar a
Associação, no bairro Doutor Laureano, em Duque de Caxias.
“Aqui, antes de fundar a ONG, ajudei a colocar manilhas nas
valas, aterrar ruas e dei comida para os trabalhadores”, conta. “Depois, fui
fazendo trabalhos sociais, distribuindo comida, doando roupas, ajudando de
várias formas”, completa.
Mesmo com o registro de sua organização, ainda não foi
possível captar recursos suficientes para financiar a estruturação dos
projetos, como atendimento aos transexuais, portadores de HIV e dependentes
químicos, além de alfabetização para crianças e adultos. “Você pode fazer tudo,
mas se não tiver um documento na mão, você não consegue andar para poder
melhorar e fazer um trabalho mais forte”, diz.
Atualmente, o atendimento é feito provisoriamente na própria
casa, pois é preciso ter dinheiro para a construção ou alugar um espaço para
criar uma sede. “Precisamos de um local próprio para atender melhor as pessoas.
A esperança de que eu vou conseguir realizar todos os meus projetos e gostar de
ajudar é o que me motiva”, diz otimista.
Um detalhe importante nessa história, que ela faz questão de
registrar é o casamento com Alberto Rodrigues. “Depois de tantas lutas,
encontrei um parceiro e amigo, o meu esposo que está sempre ao meu lado,
compartilhando comigo tudo o que faço”, declara.
Em 2017, dois anos após a fundação da Apep, Iracilda escreveu
o livro “Minha missão...amar!”, em que narra sua trajetória de vida, ajudando
as pessoas mais necessitadas. Um livro que conta as suas dificuldades,
decepções, tristezas, mas na certeza de que com muita luta, esperança e amor o
sonho de uma vida melhor se concretizará.
No dia 21 de julho, a Apep planeja realizar uma ação social
na comunidade, em que será feita coleta de sangue para exame de glicemia, emissão de carteira profissional, atendimento jurídico
e assistencial, além de outras ações.
Então, acompanhe na página da Apep as atualizações e
divulgação das atividades.
Sobre a Apep
A Associação Projeto e Prevenção possui ações multissociais
com pessoas engajadas no atendimento aos assistidos, como dependentes químicos,
portadores de HIV, transexuais em ações conjuntas com a comunidade, levando
informações e esclarecimento sobre prevenção e promoção de cidadania. Pretende
atender o maior número de pessoas e ajudá-las no que for possível.
Acompanhe mais no Instagram @gecomterceirosetor
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